Como a crise das Americanas afeta o mercado imobiliário?
O rombo no caixa das Americanas, gigante do varejo brasileiro, segue gerando enorme repercussão. Com o mercado financeiro vivendo dias de grande ansiedade, o setor imobiliário também acabou afetado, direta e indiretamente.
Publicado em 17 de Janeiro de 2023 às 09:48 AM

Antes de explicar o lado positivo e negativo desta crise para o imobiliário, você precisa entender o que está acontecendo, mesmo com o caso ainda tendo muitos pontos nebulosos.
As Americanas revelaram um rombo de R$ 20 bilhões em seu caixa, com potencial dívida que pode chegar a R$ 40 bilhões. Parte do mercado entrou em parafuso, abrindo espaço até mesmo para acusações de fraude.
O impacto inicial foi nos papéis da empresa, que despencaram. A desvalorização chegou a 75%. Só que isso reverberou não apenas no mercado de riscos, mas também no bolso de investidores cautelosos.
Alguns fundos de emergência, como do Nubank, tinham papéis das Americanas em seu lastro. Ou seja: nem mesmo fundos considerados de baixíssimo risco estão ilesos diante das oscilações do mercado financeiro. Vale ressaltar que a desvalorização repentina de uma empresa considerada confiável não é um episódio isolado.
E o imobiliário, como fica? O impacto negativo mais imediato foi a desvalorização de pelo menos oito fundos imobiliários que têm operações relacionadas com a empresa varejista. Em alguns casos, as Americanas respondem por 34% da receita por meio de contratos de locação - que, agora, correm o risco de não serem honrados.
Pelo lado positivo, argumentos de negociação renovados. Novamente, o imóvel sai com o cartaz de ativo resiliente e com segurança inabalável, especialmente quando falamos do mercado tradicional e de longo prazo. Cada vez mais, o tijolo entra como produto obrigatório na cesta de diversificação de investimentos.
Fonte/Créditos: Exame